Depressão, euforia e campeonatos

 Olá, pessoal!

Antes de mais nada, já aviso. O texto vai ser longo. Espero que tenham paciência para ler até o final. Coloquei aqui algumas coisas aqui que nem é pra ficar comentando, mas às vezes sinto a necessidade de compartilhar com alguém.

Esta terça que passou foi bem atípica, pois, como o próprio título da postagem já diz, participei de um campeonato online de Street Fighter V organizado pelo Spada.  Eu não sei se vou conseguir explicar direito o que me motivou a jogar hoje, mas vou tentar.

Eu nunca vivi uma relação boa com a competitividade e nem é pela questão de aceitar derrotas. Na verdade, é pela questão de aceitar que tenho capacidade. Infelizmente, devido a algumas experiências de vida, e de saúde (transtorno bipolar), tenho prédisposição a entrar em fases depressivas que me fazem sentir a pessoa mais inútil do mundo. Bem tipo "tô ocupando espaço no mundo" ou "eu sirvo para quê".

Devido a isso, eu meio que afasto de mim esse cálice da competitividade vez ou outra.  Já houve fases em que eu me sentia aquela capaz de atrair os olhares dos mais experientes e ganhar um espaço entre todos, fazendo Gisele Bizarra ser um nome reconhecido. Em contrapartida, vários destes momentos já foram quebrados por um tremendo sentimento de não acreditar em minhas próprias qualidades, isso já englobando tudo, não só a competitividade em jogos de luta.

Entre essa montanha-russa de emoções, fico perdida. As pessoas podem até me achar inconstante, que não sei o que quero. Porém, transtorno bipolar é foda. Até tomo remédio para tentar deixar o humor dentro da normalidade, mas mesmo tendo uma melhora perto do que eu era antes de descobrir que eu tinha isso, ainda há as mudanças entre a fase de euforia e as depressivas.

Bom, acho que vocês estão entendendo onde quero chegar.

Até o final de 2021, eu tava bem desanimada com os jogos de luta em geral. Não tava rendendo em nada. O Street Fighter, por exemplo, tava uma droga. Não dava conexão decente com ninguém. Desanimei mesmo. Aí, como tavam anunciando alguns jogos para 2022, decidi me afastar um pouco e esperar por estes jogos. Eu estava decidida a me dedicar ao KOFXV e ao DnF Duel, este segundo que ainda vai sair. Este ano entrei na fase eufórica. No entanto, em fevereiro o KOFXV saiu e eu vi que não tava me adaptando a mecânica dele. Aliás, eu não jogava KOF pra valer desde o KOF99 (joguei os outros bem pouco em emuladores). A mecânica do pula pula e chutinho fraco abaixado, com combos de inúmeros cancelamentos não entra na minha cabeça de jeito nenhum. Resultado? Desanimei do KOFXV. Eu até jogo, mas eu não consigo ver sinais de evolução. Comecei a pular de jogo em jogo casualmente, sem me encontrar em nenhum deles. Peguei o Guilty Gear Strive, mas é jogativa casual. 

Nessa teve a segunda beta de DnF Duel e eu me animei de novo. O jogo foi um gatilho para o lado eufórico voltar, em acreditar que eu posso, que eu consigo. Estou animada para tentar ser mais competitiva em jogos de luta. E estando nessa fase, segunda eu assisti ao PogChamp do PauloWeb e me senti mais animada ainda.

Quando vi a postagem do Spada com as inscrições para o campeonato de terça, me animei em participar, mas confesso que fiquei muito apreensiva. Eu levei a tarde toda pra decidir se participaria ou não, com receio de me frustrar com meu rendimento que poderia ser prejudicado pela falta de prática no jogo. Depois de uma vitória e uma derrota nas chaves dos vencedores e uma vitória e uma derrota nas chaves dos perdedores, o resultado foi o logo abaixo.

Para quem tava sem jogar, até que foi satisfatório. Porém, no estado em que estou hoje, acredito que pode ser melhor. Quero poder fazer mais pelo meu time também, que é o MDL. Queria ser mais ativa na comunidade. Queria que fatores externos à comunidade também não alterassem meu humor a ponto de me sentir um cocô, como o caso que citei em postagem anterior.

Busco ter mais sabedoria para administrar essas mudanças de humor causadas pelo bug no cérebro (transtorno bipolar é um bug no cérebro) e espero manter esse ânimo para com os jogos de luta, afinal, são eles que me trazem bem-estar fora do meu trabalho. Porém, se a fase deprê aparecer, vou tentar administrar melhor. Se for o caso, ficarei mais na parte de interação nas redes e assistindo às lives.

Enfim, minha relação com a competitividade é baseada em questões de saúde mental envolvendo reações que às vezes saem do meu controle. O segredo tá em saber levar. Isso com relação a outras coisas também, Povo lá no meu trabalho fala que me cobro demais.